A Pastoral Operária em Piracicaba ressurge em virtude do contexto atual de retirada de direitos. Aliando a fé e cidadania, luta com e pelo trabalhador.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O PENSAR Nº013





As crianças são um sinal. Sinal de esperança, sinal de vida, mas também sinal de diagnóstico para compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro. Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”. 
Papa Francisco
 
A EXPLORAÇÃO INFANTIL (VER) 
 
Apesar da existência do ECA , Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual visa a proteção integral das crianças e adolescentes, sabe-se que ainda são cometidos diversos crimes contra este grupo da população. Sofrem abusos de diversos tipos como violência física doméstica, violência sexual, abandono, bem como são muitas vezes obrigados a abandonar a escola para ajudarem no sustento da casa.
No Brasil os índices de trabalho infantil são altos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 2,7 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham em todo o território nacional. Em 2017, o IBGE divulgou os dados do trabalho infantil no Brasil, com base em nova metodologia utilizada na PNAD, que aponta 1,8 milhões de meninos e meninas de 5 a 17 anos trabalhando, em 2016, em atividades proibidas pela legislação, ou seja, em situação de trabalho infantil, tratando os demais casos mensurados como trabalho permitido.
Além do trabalho infantil, não podemos deixar de citar outras problemas indiretamente relacionados com o trabalho forçado como: as reformas educacionais promovidas no governos Temer, de João Dória nas escolas estaduais de São Paulo, bem como o sucateamento das escolas e universidades federais por Jair Bolsonaro, farão com que a diferença entre os ricos e pobres se amplie ainda mais e que as crianças sejam privadas de um futuro digno, incentivando ainda mais o trabalho precoce e forçado.
Não se pode ter esperança de melhora com esse governo atual, ainda mais com os cortes orçamentários nas políticas sociais, saúde, educação e no combate ao trabalho infantil, o que comprometerá o futuro de milhões de crianças.
DISCURSO DO PAPA FRANCISCO A UMA DELEGAÇÃO DO DEPARTAMENTO INTERNACIONAL CATÓLICO PARA A INFÂNCIA (BICE) (JULGAR)
Apraz-me recordar que numa sociedade bem constituída, os privilégios devem ser apenas para as crianças e para os idosos, porque o futuro de um povo está nas suas mãos! As crianças, porque sem dúvida terão a força para fazer progredir a história, e os idosos, porque têm em si a sabedoria de um povo e devem transmitir esta sabedoria.
Nos nossos dias, é importante levar em frente programas contra o trabalho escravo, contra o recrutamento de crianças-soldado e todos os tipos de violência contra menores. Em positivo, é necessário defender o direito que as crianças têm de crescer numa família, com um pai e com uma mãe, capazes de criar um ambiente propício para o seu desenvolvimento e amadurecimento.
Trabalhar pelos direitos humanos pressupõe que mantenhamos sempre viva a formação antropológica, sejamos bem preparados a respeito da realidade da pessoa humana e saibamos responder aos problemas e aos desafios das culturas contemporâneas e da mentalidade propagada através dos meios de comunicação. Devemos enfrentar com os valores positivos da pessoa humana os novos desafios que nos apresenta a nova cultura.
Vem-me ao pensamento o símbolo que a Comissão para a tutela da infância e da adolescência tinha em Buenos Aires. O símbolo da Sagrada Família sobre um burro em fuga para o Egipto para proteger o Menino. Às vezes para defender é necessário fugir; algumas vezes, para tutelar é necessário deter-se, e outras vezes é preciso combater. Mas sempre é preciso ter ternura!
Trecho extraído de http://m.vatican.va
AÇÕES PARA SE COMBATER A EXPLORAÇÃO INFANTIL (AGIR)
Primeiramente faz se necessário e urgente combater este governo, visto que suas políticas facilitam e ignoram a exploração infanto-juvenil em todas suas formas. Desta maneira, os trabalhadores devem se mobilizar pela reformulação do Estado objetivando a construção de um governo popular, pois apenas assim os direitos sociais serão garantidos.
É preciso cobrar da igreja e dos leigos o comprometimento para o desenvolvimento de parcerias com o poder público, como a justiça, no combate ao trabalho infantil ou outras formas de violência contra as crianças e adolescentes, como retratam os documentos assinados a partir de 2016 em Aparecida, a exemplo, frutos da parceria da Arquidiocese de Campinas com o Tribunal Regional do Trabalho 15° Região.
Como exemplo prático, tem se a atuação da Pastoral da criança. Nas visitas realizadas as famílias, os líderes podem se deparar com problemas sociais, incluindo o trabalho infantil, atuando nestes casos em rede com outros grupos ou busca parceria com os serviços públicos, sendo então uma grande aliada no combate a esta prática. Neste sentido, a Pastoral Operária quer homenagear ressaltando o importante trabalho da dona Zilda na Pastoral da Criança (Paróquia Sagrada Família), realizando um belíssimo trabalho com as crianças e as mães dos bairros Bosque dos Lenheiros e Frederico, sendo este último uma das comunidades mais carente da cidade. Apesar de todas as dificuldades como muitas vezes a falta de material e de alguém que a auxilie, dona Zilda nunca parou com seu trabalho. Em um momento que exige união, a PO quer destacar a relevância do trabalho da Pastoral da Criança, e da necessidade da colaboração, seja com a participação ativa na Pastoral da Criança como integrante ou com doação de materiais necessários ao desenvolvimento do trabalho (leite, roupinhas e alimentos), devendo os interessados procurar a Paróquia Sagrada Família. 
  


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