A Pastoral Operária em Piracicaba ressurge em virtude do contexto atual de retirada de direitos. Aliando a fé e cidadania, luta com e pelo trabalhador.

domingo, 24 de dezembro de 2017

É NATAL MAIS UMA VEZ...

Mais do que reunir a família em torno de uma ceia farta, mais do que uma troca de presentes, muito mais que celebrar nesta data simbólica o nascimento de Cristo, que este Natal traga a todos a reflexão sobre os ensinamentos que Ele nos trouxe.

Que esta reflexão nos traga sabedoria. Sabedoria para que consigamos retirar as vendas dos nossos olhos e assim podermos enxergar a realidade, as mazelas da sociedade capitalista: desigualdade, miséria, fome, desemprego, opressão... 

Que esta reflexão nos traga cada vez mais fé nos ensinamentos de Jesus, nos traga esperança para que vença qualquer desânimo, e que nos traga espírito de luta para que possamos transformar essa sociedade que é de alguns para uma sociedade de todos, uma sociedade justa.

Um Natal reflexivo a todos!

É NATAL MAIS UMA VEZ...
Letra e Música: Cireneu Kuhn SVD


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A História da Pastoral Operária em Piracicaba

CONVITE
 A Pastoral Operária de Piracicaba convida a todos a participarem do encontro que será realizado no dia 13 de Janeiro de 2018 na Paróquia Sagrada Família, em Piracicaba.

Endereço: Rua Jacinto Roberto Penedo, 160, Bairro Mario Dedini
Pontos de referência: SESI e Supermercado Ideal

A Pastoral Operária não é recente na nossa cidade. Após um período de grande atuação, deixou de existir por um longo tempo e ressurgiu neste ano de 2017. Portanto, faz se a necessidade de um resgate histórico. Neste encontro serão abordados temas como a formação da Pastoral Operária em Piracicaba, bem como sua importância histórica para a cidade. Haverá a presença de antigos membros.

Todos são bem vindos! 



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

DIA MUNDIAL DOS POBRES

Foto: @KivMx



Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales 

O “Dia Mundial dos Pobres”, instituído pelo Papa Francisco, celebrado por primeira vez no dia 19 de novembro deste ano, é muito significativo para o Brasil e o mundo de hoje. A pobreza tem aumentado em nosso país pelo terceiro ano consecutivo. Seu decréscimo na década anterior deveu-se às políticas econômicas e sociais mais certeiras que as atuais. A Organização das Nações Unidas, em um relatório sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, de maio deste ano, diz que 6,5% da população mundial continuará na pobreza extrema até 2030. 

Isso não significa que a partir daquele ano esse problema seja solucionado. Trata-se, apenas, de uma data fixada por líderes mundiais em um acordo chamado “Agenda 2030”, com metas para o desenvolvimento sustentável, incluindo a redução da pobreza. Tais metas serão alcançadas se o capitalismo continuar imperante no mundo? Certamente, não, pois esse sistema já provou sua incapacidade para solucionar o fenômeno da pobreza. Aliás, ele o fomenta. Ademais, esse fenômeno se agravará se o capitalismo continuar sendo predominantemente financeiro. 

O próprio Papa Bento XVI denunciou esse sistema em sua última missa de ano novo, antes de sua renúncia, em 2013, referindo-se naquele “Dia Mundial da Paz” aos "focos de tensão e de confronto provocados pela crescente desigualdade entre ricos e pobres, e a predominância da mentalidade egoísta e individualista que é também uma das manifestações do capitalismo financeiro não regulado". São João Paulo II, em sua Encíclica “Centésimo Ano”, de 1991, já havia denunciado esse tipo de sistema, descartando-o “como único modelo de organização econômica”. 

“Hoje, são lançadas diversas iniciativas, públicas e particulares, para combater a pobreza, para o crescimento da humanidade. Na Bíblia, os pobres, os órfãos e as viúvas eram descartados pela sociedade. Hoje, foram inventados diversos modos para ajudar, matar a fome e instruir os pobres. Não obstante, o capitalismo continua a produzir descartes e exclusões”. Essas palavras do Papa Francisco, de fevereiro deste ano, aos participantes de um Congresso sobre “Economia de Comunhão, anteciparam seu intuito com o “Dia Mundial dos Pobres”. 

“No termo do Jubileu da Misericórdia, eu quis oferecer à Igreja o ‘Dia Mundial dos Pobres’, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor, sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carentes.” O Papa Francisco assim se refere em sua mensagem de 13 de junho deste ano, para o “1º Dia Mundial dos Pobres”, estendendo seu convite aos “homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo solidariedade”. 

Os pobres são “os juízes da vida democrática de uma nação”. Essas palavras da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em seu documento “Exigências Éticas da Ordem Democrática”, de 1989, continuam atuais na convocação feita pelo Papa Francisco para celebrarmos o “Dia Mundial dos Pobres”, inspirados no texto da Primeira Carta de João 3,18: “Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade”. Atuemos, portanto, quotidianamente, de modo solidário, construindo a partir de gestos concretos um modo alternativo de convivência e organização econômica e social. 

Jales, 16 de novembro de 2017.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dez coisas que você jamais poderia votar a favor enquanto segue a Jesus.

*Artigo reproduzido do Blog Evangelho social. Disponível em: https://oevangelhosocial.wordpress.com/2016/06/07/dez-coisas-que-voce-jamais-poderia-votar-a-favor-enquanto-segue-a-jesus/

Imagem: eco prensa
Ser cristão significa “ser um pequeno Cristo”, sermos pequenos Cristos é o que chamamos de “seguir a Cristo”. Entretanto, seguir a Cristo implica certas coisas, motivações, sentimentos, ações e princípios.
Pode alguém que faça todas as coisas citadas por esta lista, chamar a si mesmo de “cristão”?  pode, infelizmente isso acontece sempre. Isso ocorre com tanta frequência que uma grande parte da sociedade possui uma imagem obscura e negativa do cristianismo e da cristandade.
Você está seguindo a Jesus e sendo um cristão enquanto vota a favor destas coisas ? NÃO!

1- Leis anti-LGBT’s.
Pergunte a si mesmo: “Quem Jesus discriminou?”.
Enquanto pensa na resposta, tenha em mente que enquanto os fariseus encorajavam a discriminação de mulheres, cobradores de impostos, pobres e samaritanos (que eram odiados pelos judeus), Jesus escolheu incluir radicalmente a todos estes grupos. Cristo nunca disse “proíba gays de serem quem são” ou ” nunca permita que LGBT’s e pessoas de outras religiões tenham os mesmos direitos que os teus”. Pelo contrário, Cristo nos encorajou a amar nossos irmãos como nós amamos a nós mesmos. Ao vermos alguém, antes de ver um LGBT ou um hétero, precisamos ver uma pessoa, que possui uma dignidade humana que merece ser respeitada. Num viés mais cristão, antes de vermos alguém como LGBT ou hétero, precisamos ver alguém como uma filha ou um filho de Deus, merecedora de amor, respeito, liberdade e dignidade.
Cristo agiu assim, agora cabe a nós seguir seus passos.

2- Leis anti-imigrantes.
O cristianismo possui uma herança judaica. Ambas as religiões possuem como patriarcas, Abraão e Sara.
Nossos antepassados espirituais foram guiados por Deus para levar tudo o que tinham e viajar. Moisés levou os hebreus do Egito para o deserto e depois para outras terras (onde já haviam habitantes). Até Jesus, Nosso Senhor, passou parte de sua infância como estrangeiro. Como está descrito em Êxodos, sabemos como é se sentir forasteiro em terras estrangeiras. Nossa fé e ancestralidade espiritual surgiu como forasteira, mas se você ainda não acredita que “se sentir estrangeiro em terra estrangeira” não faz parte da nossa história, pergunte aos índios, eles saberão te responder com toda certeza. Na melhor das hipóteses, ser cristão e votar a favor de afastar imigrantes nos faz hipócritas; na pior das hipóteses nos torna traidores de nossos antepassados e de nosso Deus.

3-Politicas que vulnerabilizam os mais pobres à fome
Uma certa vez, um homem sábio chamado Gandhi disse que existem pessoas no mundo com tanta fome, que Deus não poderia aparecer para elas, exceto na forma de pão.
A fome é denunciada na bíblia pelos profetas e livros poéticos como algo grave para a sociedade. Uma sociedade atacada pela fome, terá problemas com a educação,produção e comportamento civil, todos fatores determinantes para uma sociedade bem sucedida. A pessoa que quer seguir a Cristo, precisa ter em mente que Jesus disse que quando alimentamos os mais necessitados, estamos alimentando a Deus.

4-Politicas que fazem opção pelos mais ricos ao invés dos mais pobres.
Políticos ou apenas eleitores,  que fazem opção pelos mais ricos dão um tapa na cara de Jesus, sua vida, seu ministério e seus ensinamentos. Amós, Isaías e outros profetas igualmente denunciavam o comportamento dos ricos que se esbanjavam em riqueza advindas de exploração, enquanto os pobres passavam por fome e nudez.
Em termos de cristianismo, é ruim quando permitimos que pobres sejam explorados por ricos. Entretanto, terrivelmente pior é a criação de leis que estimulam e protejam este comportamento. Isso fica claramente irônico, quando imprimimos “Deus seja louvado” em nosso dinheiro.

5- Estimular guerra, confrontos, ditaduras e torturas. 
Há algum motivo para Cristo ser chamado de “Príncipe da Paz”. Isso está ligado diretamente a sua natureza, ao seu ministério, aos seus ensinamentos e ao seu evangelho.Como refutação você poderia citar de forma descontextualizada a frase que fiz “Eu não vim para trazer paz, mas espada”, de forma que poderia justificar massacres, cruzadas, assassinatos e guerras em nome de Deus. É óbvio que este verso não gera nem uma faísca de luz diante dos 50 e outros versos onde Cristo fala sobre a paz e a pacificação.
Uma das maneiras de não amar o seu próximo (muito menos como a ti mesmo) é matando ele. Existe uma razão para as escrituras chamarem de “Deus é amor” e o nosso desafio como cristãos é viver como ele, e ser como ele (praticarmos o amor ao próximo). As guerras e os confrontos com certeza fogem do conceito de irmandade universal, de amor, da paz e do  Reino de Deus. Somos desafiados por Cristo a buscarmos o seu Reino e a sua Justiça, assim entendemos que se no Reino de Deus não há fome, nem guerra, nem perseguição, nem preconceito, buscar seu Reino e justiça implica a buscar todas essas coisas.
No final o amor vence!

6- Limitar o acesso gratuito a saúde.
Como seguidores de Cristo, devemos seguir também seus passos (cf. 1° Pedro 2:21). Isso significa que devemos imita-lo o máximo possível que conseguirmos, sendo que Jesus nos diz que somos capazes de fazer obras maiores do que as que ele realizou na terra (João 14:12). Sabemos que o estado não consegue repetir os milagres de Jesus, mas a medicina moderna consegue chegar bem próximo das maravilhas que vemos nos evangelhos e erradicar doenças e epidemias. Há uma pesquisa norte-americana que diz que de 45000 pessoas que morrem nos EUA, 20000 morrem por falta de acesso a saúde.
Nós cristãos falamos muito sobre “salvar pessoas”. Muitas pessoas verdadeiramente seriam salvas no mundo através do acesso gratuito a saúde, principalmente aquelas sem condições financeiras.

7- Desvalorização da educação/limitar o acesso gratuito e de qualidade para todos.
Nós aprendemos em Provérbios, assim como em outros livros sapienciais, de que a sabedoria é algo que Deus se deleita noite e dia. A Sabedoria é por Deus tão valorizada, que alguns teólogos costumam interpretá-la, através dos livros sapienciais, como uma face feminina de Deus (Sophia). Segundo as escrituras, melhor é a Sabedoria do que o ouro (cf. Provérbios 8:11)
Em nossos dias, principalmente no Brasil, vemos como a educação pública sofre maus índices. Os professores, que são os ministradores do conhecimento e sabedoria  são desvalorizados e muitas vezes desrespeitados pelo governo. As escolas públicas do país possuem sérios problemas com infra-estrutura. Não se investe em educação o quanto é necessário e o rendimento ainda é baixo. Infelizmente se deliciar em sabedoria é algo que o nosso governo não faz mais. A educação é um fator importantíssimo para o desenvolvimento do país e o seu acesso deve ser destinado a todos (independente de sua nacionalidade, cor, gênero, ou classe social). Limitar o acesso a educação é privar alguns de um direito essencial para a vida em sociedade.
Para seguirmos a Jesus, devemos tornar a educação uma prioridade, afinal de contas ele era um Rabi (professor).

8-Pena de morte 
Jesus Cristo morreu por pena de morte.
Jesus foi condenado a execução pois era visto como uma ameaça ao sistema religioso da época, um agitador que estava desestabilizando a ordem pública.
Jesus era inocente. Seu movimento carismático e profético irritava as autoridades conservadoras e fundamentalistas da época.Todos os anos pessoas inocentes morrem por execução realizada pelo estado. Não há nenhuma prova de que a punição extrema e desumana da pena de morte reduza ou combata a criminalidade. Outro fato importante é que a pena de morte é discriminatória, sendo aplicada desproporcionalmente contra pobres, minorias, alguns grupos étnicos e raciais, grupos religiosos e etc.

9- Forçar através de políticas, pessoas a seguirem sua religião e princípios morais. 
Uma das coisas mais marcantes no evangelho de Cristo e seu ministério, foi sobre sua mansidão. Cristo respeitava a liberdade dos outros, pois uma das consequências do amor é a liberdade, se há coerção não há amor, não há liberdade.
Se alguém ama outrem, aquele irá permitir que as pessoas andem com suas próprias pernas, façam suas decisões e pratiquem seu livre-arbítrio . Cristo era o “Príncipe da Paz” mas estava longe de ser um rei com governo físico e o mais importante é notar que Cristo não era um ditador. Impor sua religião pessoal, crenças ou princípios morais/religiosos sobre outras pessoas, não tem nada a ver com a maneira que Cristo praticou sua fé e seus ensinamentos. Se você impõe sua fé sobre outros, apoia a oração obrigatória do Pai Nosso em escolas e ambientes públicos, se você apoia a imposição de regras morais sobre a vida de pessoas através do estado, você não é um Cristão.

10- Jair Bolsonaro.
Ver 1-9.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

IGREJA PROPÕE UM DIA DE ORAÇÃO E JEJUM



Artigo extraído do jornal Gazeta de Piracicaba. link: www.gazetadepiracicaba.com.br/_conteudo/2017/09/canais/piracicaba_e_regiao/491192-igreja-propoe-um-dia-de-oracao-e-jejum.html


A proposta é da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil


Por Adriana Ferezim


Crédito: Del Rodrigues
Padre Danelon: 'É um convite à mobilização por meio de um gesto concreto, pacífico e espiritual'
Terça-feira, 5 de setembro de 2017
Nas comemorações pela Independência, nesta quinta-feira (7), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida as pessoas a se mobilizarem no Dia de Oração e Jejum pelo Brasil, para que em prece e em sacrifício os cristãos rezem pelo País, pelos direitos dos povos. A Diocese de Piracicaba incentivou que todas as paróquias promovam missas e incentivem os católicos a aderir a esse ato pacífico.
É a primeira vez que essa proposta pelo Brasil é promovida, segundo o padre Kleber Fernandes Danelon, coordenador diocesano de pastoral da Diocese. "É um convite à mobilização por meio de um gesto concreto, pacífico e espiritual por causa da crise no País. Estamos vivendo um momento triste e grave, sem a participação da sociedade e de movimentos pastorais ou sociais nas decisões dos rumos do País. Um exemplo foi o decreto revogado que o presidente Michel Temer publicou, permitindo exploração na Reserva Nacional de Cobre e Seus Associados e contrariando o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que pede a defesa do meio ambiente", afirmou.
Todas as 28 paróquias de Piracicaba promoverão missas pelo Brasil. Em toda a Diocese, são 69 paróquias. O movimento é nacional. Segundo Danelon, o jejum, na tradição cristã, é um sinal de penitência.
"Jesus antes de assumir sua grande missão, jejuou no deserto por 40 dias. Ela leva à reflexão, a uma nova conduta. Nesse momento é preciso não ser indiferente à questão política. A sociedade não pode demonstrar pouco comprometimento com a transformação que o Brasil precisa, principalmente acabar com a corrupção em todos os níveis", afirmou. "É uma proposta de demonstração de fé. Ter fé é acreditar na transformação da vida", completou.
'A vida em primeiro lugar'
O Conselho Permanente da CNBB incentiva esse ato de paz, com o tema 'A Vida Em Primeiro Lugar'. “Deus ouve as orações de cada pessoa. Pode-se fazer preces espontâneas ou até mesmo a indicada pela Confederação”, disse o padre Kleber Danelon. Um dos trechos da oração diz: Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejamos atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas!”.
A íntegra pode ser acessada no site: www.cnbb.net.br/cnbb-incentiva-a-participacao-das-comunidades-e-familias-no-dia-de-jejum-e-oracao-pelo-brasil.Tradicionalmente no dia 7 de setembro, a CNBB promoverá o Grito dos Excluídos em algumas cidades. Em Piracicaba, serão celebradas missas.

 

Romaria das Trabalhadoras e dos Trabalhadores


Grito dos excluídos 2017


segunda-feira, 17 de julho de 2017

REFORMA TRABALHISTA: DE CIMA PARA BAIXO, MASSACRE AOS TRABALHADORES POBRES.

*Repostagem do artigo publicado no site da Pastoral Operária Nacional: http://www.pastoraloperaria.org.br/SITE_Conteudo.aspx?Acao=QB_bf6448b8b8

O Governo Temer está chamando de “modernização trabalhista” a reforma proposta por ele, por força do empresariado brasileiro e internacional. O que na verdade é uma “flexibilização” das leis trabalhistas, que vem ao longo dos anos se aperfeiçoando para combater a herança infeliz e histórica da escravidão, que por sinal continua presente com a roupagem da “exploração do mundo do trabalho”.

O projeto do governo teve um placar de aprovação no senado acima do esperado pela base do governo: 50 votos a favor por 26 votos contrários.
Dentre as principais mudanças estão:

1.      Acordado sobre o legislado - nesse caso os acordos entre sindicatos e empresas tem força maior do que a lei. Incide diretamente sobre vários pontos da CLT, como por exemplo: Jornada e bancos de horas.
2.      Fim do imposto sindical – o valor de um dia de trabalho que todo trabalhador paga para o imposto sindical passa a ser voluntário. Mas, o governo Temer já prometeu outro tipo de financiamento para que as centrais sindicais não fizessem greve no ultimo dia 30 de junho. Com isso, muitos sindicatos não terão como sobrevir. Isso implica na qualidade da fiscalização e representação dos trabalhadores.
3.      Parcelamento de férias – as férias poderão ser parcelas em 3 etapas, sendo que apenas uma delas não pode ser inferior a 15 dias corridos. E os demais não pode ser inferior a 5 dias.
4.      Intervalo de almoço – as empresas e sindicatos poderão negociar o tempo desse intervalo, podendo chegar até 30 minutos de almoço, ou menos. Os trabalhadores que moram próximo, e desfrutam de 1hora ou mais, para almoçar com sua família, agora tem apenas 30 se a empresa assim determinar.
5.      Jornada Parcial – a jornada de 25 horas pode passa para 30 horas, sem possibilidade de horas extras. Ou o empregador pode optar por 26 horas fixas, com possibilidade de postergar ate 6 horas extras.
6.      Inclusão da Jornada Intermitente – essa é uma clausula nova a ser inserida na CLT, em que o trabalhador e a trabalhadora pode ser convocado/a apenas para um serviço específico, o qual receberá apenas pelas horas trabalhadas e não mais ficará à disposição do trabalho. Soma-se essa clausula com a reforma da previdência, quantos anos esse trabalhador/a precisa para se aposentar?
7.      Gestantes e Lactantes – as mulheres gestantes ou mães em período de amamentação passarão a trabalhar em graus de média ou baixa insalubridade, mediante ao atestado de um médico. É importante lembrar que na regra atual a gestante e lactante são resguardadas de trabalhar em qualquer situação de vulnerabilidade/insalubridade.
8.      Acordo de Demissão – na demissão de comum acordo o trabalhador perde o direito à multa de 40%, passa a receber apenas 20% de multa rescisória, e/ou perde o direito ao seguro desemprego.
9.      Terceirização – Essa foi a primeira ação do governo, com a aprovação do PL que altera a Terceirização, estendendo-a para todas as áreas da empresa. O que antes era apenas para serviços meios. Com a reforma os trabalhadores terceirizados, passam a ter os mesmos benefícios oferecidos pela chamada “empresa mãe”, a contratante.
É de fundamental importância analisar cada item citado acima, mas também os demais pontos que alteram CLT, correlacionando-os com a vida do/a trabalhador/a que será impactado, sobretudo os mais pobres (e não com os lucros do patrão). Considera-se que os trabalhadores os quais serão aplicadas essas regras, são os mais pobres, mulheres, jovens, que moram em periferias, ou em condições mais empobrecidas.
A Pastoral Operária tem motivado debates nas bases, e propõe que esses se repitam sempre mais em vários lugares do Brasil, de modo a conhecer os principais pontos da reforma e estabelecer um novo despertar de consciência do/a trabalhador/a, na construção de um novo projeto.
            Não acolhemos a reforma trabalhista do Governo Temer, fruto do golpe, quem vem de cima para baixo, imposta pela classe empresarial/patronal sobre os trabalhadores e as trabalhadoras mais pobres. Portanto, a organização da classe trabalhadora é mais que necessária diante das atrocidades cada vez mais violentas contra o trabalho humano digno, impostas sem diálogo, sem democracia. Isso representa um massacre aos direitos da classe trabalhadora, conquistado com lutas, e um retrocesso histórico na luta pelos direitos humanos.


Leia também:
  Jornal BBC: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40566802
  Folha de São Paulo – entrevista com Dari Krein

 Dom Reginaldo – Bispo Referencial da Pastoral Operária Nacional

segunda-feira, 15 de maio de 2017

PASTORAL OPERARIA PIRACICABA


Desde o período em que surgiu a Nova Ordem Mundial, onde houve promessas de um mundo melhor com o advento da Globalização, observou-se que a concentração de renda e a pobreza ampliaram-se de uma forma nunca antes vista. Infelizmente, avanços promovidos como a tecnologia, não são disponíveis a todos. Mais recentemente, as mudanças políticas e econômicas ocorridas no nosso país, colocam em risco as poucas conquistas realizadas pelos brasileiros como a previdência, social, saúde, educação, as garantias trabalhistas e muitos direitos básicos, ameaçando de condenar à miséria grande parte da população brasileira, a qual já vive com diversos problemas.

Muito se afirma que o trabalho dignifica o homem. Mas de que forma trará a dignidade se o que recebe não é digno comparado ao seu esforço? Se quem produz toda a riqueza é o trabalhador, como o produtor dessas riquezas pode viver em condições tão miseráveis? Estamos em um mundo onde o trabalho e o trabalhador não são valorizados. O único objetivo em relação ao trabalho é de utiliza-lo com a finalidade de produzir lucros e riquezas, com o mínimo possível de custos. Não muito longe, é possível encontrar situações de extrema exploração como trabalho escravo e trabalho infantil. Mesmo não trabalhando nestas condições, sobretudo no Brasil onde as disparidades sociais são gritantes, o que o trabalhador ganha não é o suficiente para a comida, aluguel, contas, para o sustento dos filhos.... Aliás, quando está empregado. A cada dia que passa, o mercado exige cada vez mais qualificações e habilidades profissionais, porém, ao mesmo tempo, desvaloriza o trabalhador, seja por remunerar com salários cada vez menores ou seja por sobrecarregar de tarefas o empregado, chegando a adoecê-lo. Em situação pior estão as mulheres e os negros recebendo salários inferiores, e os não qualificados que geralmente lhes são negadas oportunidades de trabalho, sendo deixados à margem da sociedade. Não por mera coincidência, diante de
todos esses problemas, nota-se a presença cada vez maior da violência urbana. O trabalhador tem, desta forma, a sua dignidade roubada.

Em meio a esses acontecimentos, os grandes meios de comunicação, ao invés de promover a educação e o esclarecimento aos trabalhadores, de denunciar, buscam distorcer a realidade, enganar e justificar de qualquer forma tais medidas, beneficiando apenas um pequeno grupo de pessoas.

Cristo, Deus feito homem, não teve sua passagem aqui conosco apenas para a remissão dos nossos pecados. Mais que isso, veio para instaurar o Reino de Deus, que é um reino sem reis, sem ditadores, sem exploradores. É um reino para além deste mundo que prevê um novo mundo de justiça e de paz, sem súditos, governantes e governados, sem distinção de classes. Para a edificação e o amadurecimento deste Reino nos deixou diversos ensinamentos, transmitidos muitas vezes através de parábolas. Para pertencer e construir este reino, não basta apenas a fé. É preciso lutar contra os obstáculos impostos e denunciar as injustiças cometidas contra todos os irmãos. Resgatar a dignidade do trabalho e do trabalhador, promover o crescimento espiritual, a união e a luta são ações devem caminhar de mãos dadas, ou seja, indissociáveis, e colaborar contribui-se ao dever como cristãos.

A Pastoral Operária surge em Piracicaba como um instrumento importante para reunir os trabalhadores buscando formas de compreender a realidade, de se encontrar e agir diante da situação imposta a todos nós, tendo como o pilar principal a fé em Cristo, quem mais lutou pelos fracos e oprimidos. O crescimento de uma “fé” equivocada e perigosa, aquela que não promove o bem, ao contrário, tem resultado no fundamentalismo religioso e na intolerância religiosa, fato este que tem se adentrado infelizmente no campo político gerando ainda mais discórdia na sociedade. Faz-se necessário arrebanhar fiéis com o intuito de colocar em prática as palavras de Cristo buscando incentivar a cidadania, a dignidade em relação ao trabalho, a luta por uma sociedade mais justa promovendo a consciência ecológica e o respeito aos direitos humanos.

Enfim, englobar trabalhadores de diversas categorias para que atuem dentro do próprio trabalho ou nas comunidades em que vivem com ações e esclarecimentos (diálogos, palestras, eventos culturais, etc.) demonstrando que Deus não deseja que nenhum de seus filhos seja explorado e passe por dificuldades, mas sim que lutar por melhores condições de trabalho para si e
para os irmãos, buscando a justiça e a igualdade, faz parte do plano estabelecido por Deus para toda a sociedade.

sábado, 29 de abril de 2017

A Pastoral Operária em Piracicaba



     A Pastoral Operária é uma organização que pertence à Igreja Católica. Ressurge em Piracicaba em 17 de fevereiro de 2017, no contexto das retiradas dos direitos essenciais aos trabalhadores, tais como a CLT, a previdência, além da implementação da terceirização generalizada o que irá resultar no aumento da precarização das condições de trabalho. 
     Aliando a fé com a cidadania, com os trabalhadores e para os trabalhadores, a pastoral visa denunciar e lutar contra as injustiças cometidas e incentivar a luta pelo trabalho digno.  

O PENSAR Nº15

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO? (VER) Gostaríamos aqui de falar sobre as glórias alcançadas em 2019, mas infelizmente isso não ...