“....
a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o
horizonte das políticas públicas. Muito embora aquilo que se
entende por política pública seja primordialmente uma
responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum
dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir
protagonistas das iniciativas e ações que promovam o conjunto das
condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e
associações alcançar mais plena e facilmente a própria
perfeição”. (Gaudium et spes, 74)
Trecho
da mensagem do Papa Francisco para o Brasil pela Campanha da
Fraternidade 2019
PLANO
DIRETOR: POR UMA PIRACICABA SUSTENTÁVEL (VER)
O
Plano Diretor é o instrumento básico da política pública de
desenvolvimento urbano e rural de um Município. Ele deve criar uma
Cidade socialmente inclusiva, economicamente solidária,
ambientalmente equilibrada e culturalmente diversificada, e ainda com
uma gestão pública democrática e participativa. Piracicaba possui
muitos vazios urbanos conforme informações da própria Prefeitura
Municipal. O
Perímetro Urbano sofreu um número significativo de expansões (21)
desde a aprovação do Plano Diretor/2006 o que contribuiu para o
espraiamento (ampliação) da malha urbana do Município.
Da
edição do Plano Diretor/2006 até hoje tivemos um aumento de 21,3%
no Perímetro Urbano onde observamos: Lotes vazios, com
infraestrutura disponível em quase sua totalidade, num total de
26.977 unidades, totalizando a área de 10.129.293,81 m²; Glebas
vazias cadastradas na Prefeitura do Município de Piracicaba, num
total de 563 unidades, totalizando a área de 45.055.536,35 m²;
Glebas vazias não cadastradas pela Prefeitura do Município de
Piracicaba, levantados por imagem de satélite/drone entre 2015/2018,
totalizando a área aproximada de 68.695.458,30 m². A
soma de todas as áreas dos vazios urbanos é de 123.880.288,50 m²
correspondente a 54,37% da área delimitada pelo perímetro urbano de
Piracicaba, que é de 227.823.900,00 m². Temos
ainda:
56
núcleos de Favela, 95
loteamentos clandestinos na Zona
Urbana,
99
loteamentos fechados (Condomínios), 41
loteamentos clandestinos cadastrados na Zona
Rural
, 116
loteamentos clandestinos não cadastrados na Zona
Rural.
Tudo isso deixa a Cidade mais cara nos quesitos das tarifas de
ônibus, água, esgoto, energia elétrica, coleta e varrição de
lixo, telefonia, internet, deslocamentos (gasolina/álcool), etc.
Além dos loteamentos urbanos na Zona Rural avançarem sobre áreas
de preservação de mananciais hídricos como as nascentes, córregos
e ribeirões poluindo-os com esgotos domésticos, comerciais ou
industriais. Como superar essa triste realidade?
COBRANÇA
(JULGAR)
Dom
Aldo de Cillo Pagotto, para o site CNBB
Muitos
municípios não Plano Diretor Participativo aprovado. Na elaboração
de um Plano Diretor de Desenvolvimento, não se pode pretender
resultados imediatos, sem a participação democrática. A
transformação de situações sociais, há tempo empurradas com o
corpo mole de gestores despreparados, deve ser encarada como missão
e tarefa inadiável, com a participação da sociedade. Nem milagre,
nem mágica, pois diz a Palavra: “não tentarás o Senhor teu
Deus”.
O
atraso de grande parte do povo brasileiro deve-se à falta de
planejamento. Disputas eleitorais entre grupos político-partidários
acirram os ânimos, sem efetivamente resolver o grande desafio: a
colaboração para com o desenvolvimento envolvendo a todos,
independentemente da coloração ideológica e partidária.
O
Plano Diretor é um instrumento básico de políticas de
desenvolvimento exigido dos municípios que possuam mais de 20 mil
habitantes. Por que não elaborar e consolidar um plano diretor entre
cidadezinhas próximas, a partir da afinidade das realidades locais e
regionais?
Para
que pequenas porções populacionais sejam favorecidas com um mínimo
de condições de vida digna e sustentável é necessário que o
poder público e a iniciativa privada atuem na construção dos
espaços urbanos e rurais.
Um
Plano Diretor reflete, os anseios da população e indica rumos de
desenvolvimento. Será tão difícil compreender que um roteiro e uma
agenda de desenvolvimento não coincidem nem perduram por apenas 4 ou
8 anos de mandato de uma gestão, por melhor que ela seja? Quem deve
elaborar o Plano Diretor? Será preciso convocar a população,
ouvi-la através dos seus segmentos, convergindo interesses comuns.
Os
critérios para o roteiro encontram-se na trilogia: 1. Economicamente
viável e também sustentável; 2. Socialmente justo tal que haja
inclusão das pessoas e famílias; 3. Ecologicamente equilibrado, tal
que se favoreçam os valores éticos e morais e, o desenvolvimento
das realidades temporais.
Traduzindo
racionalmente isso tudo, é necessário investir em recursos humanos,
técnicos e financeiros, aplicando-os em políticas fundamentais de
pesquisas sobre a vocação e produção da região. Paralelamente às
políticas de saúde, educação, obras de infraestrutura,
equipamentos urbanos, habitação popular, etc., entendamos que sem a
oferta de trabalho é inútil querer fixar o homem e a família em
cidades humílimas, fadadas à conservação do imobilismo
histórico.
SÓ
A PARTICIPAÇÃO DO POVO MUDA A REALIDADE (AGIR) – PISTAS PARA A
AÇÃO
O
Plano Diretor está na Câmara de Vereadores de Piracicaba para ser
discutido e votado, ele vale por 10 anos, depois disso ele precisa
ser analisado, avaliado e revisto. O Plano Diretor apresentado pelo
Prefeito Municipal não dá conta de reverter essa triste realidade
que estamos vivenciando. Para que o Plano Diretor seja votado ele
precisa ser discutido com a população de forma pública
através de reuniões, encontros, debates, seminários, audiências,
rodas de conversas, entre outros instrumentos. Então seria muito
importante que nós cristãos (ãs) leigos (as) participássemos
ativamente destas discussões. Que ações podemos ter:
-
Converse com um (a) Vereador (a) que você conheça. Peça que ele
(a) explique o Plano Diretor para você. O que vai mudar no seu
bairro, na sua região? Como ele vai votar?
-
Reúna amigos (as), colegas, familiares para discutir sobre o Plano
Diretor. O que é e para que ele serve.
-
Vá até a Câmara de Vereadores para conhecer o que está escrito no
Plano Diretor. Converse com engenheiros (as), arquitetos (as),
advogados (as) pedindo esclarecimentos sobre o Plano Diretor. O que
isso tem a ver com a sua vida e dos seus familiares?
-
Procure se informar junto à Câmara de Vereadores quando serão
realizadas as reuniões, debates, encontros e audiências públicas e
participe ativamente delas.
-
Procure a Associação de Moradores ou Centro Comunitário do seu
bairro e veja o que eles pensam sobre o Plano Diretor. Proponha a
eles reuniões, encontros, rodas de conversa para discutir o Plano
Diretor.
-
Procure o seu Sindicato ou sua Associação de Classe e veja o que
eles pensam sobre o Plano Diretor. Proponha a eles reuniões,
encontros, rodas de conversa para discutir o Plano Diretor.
Se você quer saber mais sobre o plano diretor entre em contato
conosco.