A Pastoral Operária em Piracicaba ressurge em virtude do contexto atual de retirada de direitos. Aliando a fé e cidadania, luta com e pelo trabalhador.

domingo, 23 de dezembro de 2018

SENTIDO VERDADEIRO DO NATAL

 
Fonte:além-mar.org
  Então, é Natal. Luzes, cantos, presentes, belas mensagens e orações mexem com nossos corações, aflorando emoções: saudades de belos tempos de infância, de amigos e amigas distantes, e dor no peito ao recordar familiares que já se foram. O Natal nos torna, é certo, mais afáveis. O clima de mais amor refresca o calor de discussões e dissenções. Os que amargam dissabores ensaiam sorrisos e abraços. Colegas de estudo e companheiros de trabalho se confraternizam.
    Que bom! É Natal. Por quanto tempo? Até a ressaca do dia seguinte? Até que os presentes percam seus encantos? Até que tudo volte ao ritmo anormal de “cada um pra si”? Até que o comércio anuncie promoções para continuar tentando vender a quem sobrevive com dinheiro curto? Afinal, celebramos, realmente, o nascimento do Filho de Deus? Ele, “Deus conosco”, habitando entre nós, apontou-nos o caminho para um modo definitivamente novo de vida em comum.
    Necessitamos discerni-lo bem. Se o Natal for motivo para uma festa de aniversário na qual o próprio aniversariante é deixado de lado ou tido como coadjuvante de um Papai Noel mercantilizado, qual sentido terá? Será uma mera comemoração prazerosa, sem novos horizontes. No entanto, se crermos em Cristo, o amarmos e o seguirmos com fidelidade, construiremos relacionamentos e um estilo de sociedade que corresponde ao Reino de justiça que ele inaugurou.
    Se o Natal for, portanto, vivido em seu sentido verdadeiro, faremos mais e melhor, por exemplo, pelas entidades socioeducativas de crianças e adolescentes, e famílias carentes. O presépio será, então, de pessoas concretas, com dramas reais: os sem teto, sem emprego, sem-terra, sem educação de qualidade, sem atenção à saúde, sem aposentadoria justa, sem afeto, sem paz, sem liberdade, e os sem ânimo para viver por causa de tantos problemas e adversidades.
    Neles, Cristo faz sua morada, demonstrando-lhes que são destinatários da Boa-Nova, libertando-os de suas opressões, tornando-os sujeitos proativos, estimulando-os a alçarem suas vozes coletivas para serem tomados em conta em decisões governamentais e conquistarem respeito à sua condição de cidadãos e à sua dignidade de filhos e filhas de Deus. Natal é, portanto, emancipação e humanização, que dão sentido à nossa coexistência.
    É tempo intenso de oração e ação. Mexe com corações. Mexe, também, com noções e nações. Nele, a encarnação do Filho de Deus e a redenção em Cristo se associam. Sua ressurreição nos abriu o caminho para um novo e definitivo nascimento. Essa obra será completada em sua segunda vinda, pela qual libertará completamente a humanidade, possibilitando-a participar de sua glória. A salvação em Cristo é, pois, universal. Ele a oferece ao mundo todo.
    Ele mesmo diz que todas as nações da terra serão reunidas diante dele para o juízo final (cf. Mt 25,31-46). Os solidários entrarão no Reino de Deus. Os que viverem somente para si recusarão a vida em plenitude. Qual opção, nós, pessoalmente, faremos? Qual opção nossa nação, também, fará? Construiremos um país justo e solidário ou repetiremos a história, desprezando Cristo, pelo desprezo aos pobres e condenando suas lutas por vida digna?
Jales, 20 de dezembro de 2018.

Dom Reginaldo Andrietta, Bispo diocesano de Jales e da Pastoral Operáaria
   

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O PENSAR Nº005


 MEIO AMBIENTE SOB AMEAÇA (VER)
Bento Rodrigues, Mariana, MG Fonte: wikipedia
    Todos precisam de água potável. To­dos precisam de ar puro. De solos bons, férteis para plantar. Isso não é luxo, é uma necessidade, é sobre­vivência.
    O Brasil sempre esteve no vermelho quando o assunto é preservação ambiental. Um país com leis ambientais frágeis, com fiscalização totalmente precária, lugar preferido das multinacionais estrangeiras para exploração de recursos minerais e mão­-de­-obra barata. Podendo poluir e destruir livremente o ambiente. Um grande exemplo é o caso de Mariana em Minas Gerais, palco do maior de­sastre ambiental do país causado pela mineradora Samarco. Por negligência, a barragem com rejeitos de mineração rompeu­-se de­struindo todo o subdistrito de Bento Rodrigues, resultando na morte de 19 pessoas, 1500 desabrigados e destruição de ecossistemas, contaminando tudo a sua volta. Mais criminosa ainda, é a ação da justiça que permitiu a impunidade, liberando a empresa das ind­enizações.
    Outro problema bastante conhecido é a destruição da floresta Amazônica. A visibilidade se dá pela propagação da mídia. Porém não se deve esquecer da destruição de outros biomas como a Caatinga e o Cerrado, os quais não são demonstradas com tanta im­portância. A extração da madeira e a expansão agropecuária são as responsáveis por esses crimes. Sem contar também com a contami­nação dos solos e da água com a utilização indiscriminada de
agrotóxicos.
    O que dizer da falta de saneamento básico? Esgoto a céu aberto, proliferação de doenças, resultante da falta de moradias ad­equadas, da pobreza extrema.
Não precisamos ir longe. Em Piracicaba o seu principal rio, o rio Piracicaba, está totalmente castigado. Possui um dos piores índices de classificação de poluição, além de grande parte das águas dos seus formadores serem retiradas para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo. Além também de uso indiscrim­inado de agrotóxicos, grande parte das nascentes não são re­speitadas, muito menos as matas ciliares, sendo destruídas para dar lugar a cana-­de-açúcar, por exemplo.
    É preciso esclarecer que não existe problema ambiental. Ex­iste, na verdade, um grave problema social que reflete no ambiental. Desta forma, toda essa destruição é fruto da ganância dos capitalis­tas, dos ricos, cujo objetivo é lucrar. Não importa se o agrotóxico causará doenças, se faltará água potável, se haverá mortes... Neste sistema bruto e cruel o trabalhador não é visto domo ser humano, mas uma máquina que não merece um salário e uma moradia digna,
quanto mais um meio ambiente sadio.

MÃE TERRA: NOSSA CASA COMUM (JULGAR)
    Falar de bioma não é só falar de plantas, animais, fungos e as relações entre si, mas também inclui os seres humanos.
    Denunciar e lutar contra a destruição dessa comunidade é lutar por nossa casa comum, pela vida em toda a sua integralidade, pelo Planeta, “que sofre em dores do parto”. O agronegócio empobrece o solo, polui as águas e leva perigo a todo o ecossistema. O monocultivo, os agrotóxicos, os transgênicos, a exploração irracional das florestas e a atividade mineradora podem
causar desastres criminosos.
    A destruição faz parte do sistema ganancioso de acumulação e lucro do capital. A vida, as abelhas, as plantas, tudo vira uma mercadoria.
    Temos que destacar também os inúmeros casos de mercantilização da água que se multiplicam no Brasil há décadas, porém feitos à revelia do Estado. Atualmente é o próprio Estado que patrocina a visão monetária sobre a água através da privatização e políticas de concessão de administração das empresas
distribuidoras, retirando dela o seu caráter público e de um direito humano inalienável.
    Por tudo isso, devemos lutar pelas mudanças desse sistema que exclui, degrada e mata, assim como lutam os diversos movimentos de resistência. É preciso resistir: pela nossa história, pela vida do Planeta, por “Vida em primeiro lugar” na nossa Casa Comum!
Trecho extraído do Boletim Grito dos/as Excluídos/as ano 24 no 68.

LUTAS AMBIENTAIS EM PIRACICABA (AGIR)
    Imagine você, trabalhador, receber uma conta de água com valor em torno de mil reais? Pois é, em 2016 muitos trabalhadores se indignaram com as contas que receberam com valores absurdamente altos. Além disso, houve diversos aumentos nas tarifas de água prejudicando ainda mais os trabalhadores. Dessa forma surgiu um grupo na internet chamado “Lesados pelo SEMAE” cujo objetivo era denunciar os abusos cometidos pela empresa de abastecimento de água aglutinando um número grande de piracicabanos descontentes que passaram a se organizar cobrando o executivo e o legislativo a tomarem decisões a favor da população para solucionar o problema.
    Outro caso relevante que gerou discussão no município foi em 2013 com o anúncio da construção de uma barragem em Santa Maria da Serra para tornar o Rio Piracicaba navegável, não justificando de forma clara a viabilidade e as vantagens econômicas desta obra. Como consequência, o mimi pantanal do Tanquã seria extinto e, junto com ele, diversas espécies. Os trabalhadores rurais
moradores do Tanquã seriam expulsos, sendo um imenso prejuízo para eles, cuja sobrevivência depende da pesca. Como exemplo, mais uma vez, ambientalistas e moradores manifestaram a insatisfação e lutaram contra a construção da barragem.
    Nem sempre a luta leva a vitória, mas é o único caminho para se chegar nela. Denunciar a opressão, as injustiças e lutar por uma sociedade mais justa é buscar o projeto de Jesus Cristo, o Reino de Deus.

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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O PENSAR Nº004

24º GRITO DOS EXCLUÍDOS: DESIGUALDADE GERA VIOLÊNCIA (VER)

O que é o grito? O Grito é uma manifestação popular. Um espaço plural no qual fazem parte movimentos populares, sindicatos, entidades e demais grupos, onde impera a luta por uma sociedade mais justa e a denúncia das injustiças contra o povo oprimido. O grito dos excluídos sempre ocorre no dia 7 de setembro, dia da comemoração da independência do Brasil, uma data estratégica para se refletir sobre a soberania do país.

Por que o grito? O grito é o extravasamento, é a denúncia, é a voz do povo. O país passa por tempos sombrios: a classe trabalhadora levou um golpe duro em 2016 e perdeu direitos trabalhistas, está ameaçada a perder serviços públicos (educação, saúde, etc.) com o congelamento dos investimentos por 20 anos, além da ameaça também da perda da aposentadoria. Soma­-se a isso a crise  econômica e o desemprego que vem assolando nosso país.

O tema do 24º Grito dos excluídos “Desigualdade gera violência” coincide com o momento político no qual o Brasil vive, um momento de massacre a classe trabalhadora, ampliando a pobreza, a desigualdade e a violência. O grito torna­se uma chama. Uma chama de esperança, de luta desse povo oprimido para que faça valer seus direitos e para a construção de uma sociedade mais justa.


24º GRITO DOS EXCLUÍDOS: HOMILIA (JULGAR)

"O povo trabalhador, com esperança fé e ação, derruba o
sistema de maldade e exploração”

Celebramos esses dois eventos no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que nunca foi submissa diante das maldades, pelo contrário é apresentada a todo o povo cristão como sinal vivo de esperança.

Deus está do lado da mulher, da vida, da luz, da justiça e do bem. Trata­-se de dois mundos, de duas concepções da humanidade, antagônicas e em luta entre si. Jesus no evangelho fala de roupa nova que rasga a roupa velha, de vinho novo que estoura os odres velhos e Paulo define este antagonismo como luta entre o homem novo e o homem velho. É uma luta que nunca termina.

Não é de se estranhar, portanto, que também nos nossos dias entre o velho e o novo presente na nossa sociedade haja embates fortes e que a desigualdade social, que está crescendo a cada dia, seja a expressão de um poderoso investimento que favorece poucos privilegiados, tirando cada vez mais direitos e dignidade a uma enorme parte de cidadãos privados assim de ter acesso aos bens fundamentais da vida humana e de uma sadia convivência social. “Uma grande camada da sociedade vive à margem da nossa sociedade, sem direito à moradia, à alimentação adequada, à saúde, à educação, ao trabalho, a uma velhice serena, etc. Enquanto tivermos uma parcela da sociedade que passe por essas situações, há sentido sim o Grito dos Excluídos: ainda que alguém entre eles não tenha condições de gritar, os seus irmãos devem gritar por ele”. (Dom Vieira dos Santos).

A população do Brasil hoje não precisa mais que lhe deem voz, mas sim, os ouvidos. Os pobres querem falar e serem escutados, compreendidos. Fora do estigma de “coitados”, as pessoas em situação de risco social se veem como sujeitos ativos, aptos para o exercício da cidadania.

Sem dúvida entre os Excluídos encontram­-se os milhões de cidadãos, homens e mulheres que perderam o emprego e muitos que experimentam a instabilidade no trabalho provocada pela nefasta reforma trabalhista. A esse respeito falou o Papa Francisco aos representantes dos Movimentos Populares no Vaticano: “Não existe pior pobreza material... do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho. O desemprego juvenil, a informalidade e a falta dos direitos trabalhistas não são inevitáveis, são o resultado de uma prévia opção social, de um sistema econômico que coloca os lucros acima do homem. Se o lucro é econômico, sobre a humanidade ou sobre o homem, isso é o efeito de uma cultura do descarte que considera o ser humano em si mesmo como um bem de consumo, que pode ser usado e depois jogado fora” (Vaticano 28­-10­-2014).

Nunca como em tempos de instabilidade política e econômica a palavra “sonho” adquire um profundo significado, pois, além de um desejo pessoal, sonhar pode se tornar, e de fato está se tornando, um movimento coletivo por mais conscientização dos direitos.

Uma pessoa que dá asas a este grande sonho coletivo é o Papa Francisco: “O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança. Estou convosco."


24º GRITO DOS EXCLUÍDOS: PIRACICABA (AGIR)

"Frei Marcelo Toyansk Guimarães (Capuchinho – Piracicaba)"

O Grito dos Excluídos, em sua 24º realização em nível nacional, foi retomado depois de cerca de 12 anos em Piracicaba, com a participação das pastorais da criança, carcerária, migrante, operária, saúde e terra (em formação), bem como do Levante Popular da Juventude, professores, grupo de Justiça e Paz, da Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação dos freis capuchinhos, da
Sodemap (entidade ambiental), entre outros.

Iniciou às 7h30, do 7 de setembro, em frente à Catedral de Piracicaba, realizando um ato às 8h, em sintonia ao tema do Grito deste ano de 2018 “desigualdade gera violência – basta de privilégios”, com um “grito de denúncia” de cada grupo/pastoral presente a partir de sua realidade. Contavam cem pessoas neste ato. A seguir os presentes no ato distribuíram mil jornal do Grito (da edição nacional), dialogando com a população, que assistia ao desfile, sobre o Grito dos Excluídos que acontecia neste dia, a desigualdade gritante e crescente em nosso país, as violências geradas por ela e as exclusões.

Ao final do desfile, os participantes do Grito caminharam na rua do desfile cantando e repetindo “desigualdade gera violência – basta de privilégios” e “Grito dos excluídos de Piracicaba – a vida em primeiro lugar”. Assim, deu­-se visibilidade que o dia 7 de setembro não se reduz a um desfile cívico, mas tem de assumir a realidade sofrida e de exclusões gritantes em meio ao nosso povo, pois a tal independência ainda não ocorreu, vivemos num Brasil dependente econômica ­politicamente, com a crescente exclusão e desigualdade!




Participe da Pastoral Operaria. As reuniões são abertas, venha nos visitar.
Próximas reuniões: 20 de outubro e 10 de novembro 2018, das 15:00 às 18:00h.
Local: Paróquia Sagrada Família.
Colabore com a impressão deste Boletim, faça sua doação.


sábado, 6 de outubro de 2018

DOCUMENTO DAS PASTORAIS SOCIAIS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE AS ELEIÇÕES 2018 RECOMENDA:



Segue importante e oportuno documento de setores da Igreja Católica que compreendem o tamanho do problema que vivenciamos:
IGREJA CATÓLICA

"Neste momento dramático, em que estão em risco o presente e o futuro de nossa nação, não podemos “lavar as mãos”, nos omitir, nem buscar refúgio na neutralidade.

O momento exige solidariedade com os empobrecidos, oprimidos e marginalizados.

Para tanto, propomos construir um programa que seja uma referência e orientação para nossa gente nas eleições e que possa movimentar a espiral de cidadania e do bem comum.

Entre esses pontos, as entidades signatárias propõem:

1° Revogação das mudanças aprovadas na CLT que retiram direitos trabalhistas.

2° Reversão das privatizações executadas e fortalecimentos das empresas públicas.

3° Revogação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos.

4° Realização de uma Auditoria Cidadã da Dívida Pública, que consome aproximadamente metade de todo o orçamento público brasileiro.

5° Realização de Reforma Tributária que combata a desigualdade, taxando as grandes fortunas, as grandes heranças, os dividendos de grandes empresas e do sistema financeiro. Reversão das isenções fiscais e do perdão de dívidas e cobrança dos impostos devidos por grandes empresas.

6° Retomada dos programas sociais nos moldes anteriores a 2016, reforçando-os e universalizando-os.
Denúncia da partidarização e seletividade do judiciário.

7° Respeito à presunção da inocência e a Constituição que garante que a prisão somente deve ocorrer quando todos os recursos e instâncias tenham se esgotado.

8° Mobilizar a sociedade para uma ampla Reforma do Estado, que estimule mecanismos de participação direta, promova a democratização e a pluralidade dos meios de comunicação e garanta o pleno respeito aos direitos humanos.

9° Implementação do direito a demarcação das terras indígenas e quilombolas e realização de uma reforma agrária ampla e popular, com incentivos à produção agroecológica e agroflorestal e à comercialização de alimentos saudáveis para toda a população brasileira."

Assinam:

Caritas Brasileira

Comissão Brasileira Justiça e Paz

Comissão Pastoral da Terra

Conferência dos Religiosos do Brasil

Conselho Indigenista Missionário

Conselho Nacional do Laicato do Brasil

Conselho Pastoral dos Pescadores

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social

Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA)

Pastoral Carcerária

Pastoral Operária

Serviço Pastoral do Migrante

Comunidade Vicentina Chama de Amor.

domingo, 16 de setembro de 2018

O PENSAR nº003

"Envolver­-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós cristãos não podemos nos fazer de pilatos e lavar as mãos, não podemos!” 
Papa Francisco

A ARAPUCA DAS ELEIÇÕES (VER)
    As eleições, processo que deveria expressar a vontade popular, sempre foram comandadas pelos capitalistas, os detentores do poder econômico. Eles possuem seus próprios candidatos, ou seja, aqueles que aplicam suas agendas neoliberais de entrega das riquezas nacionais, retiradas dos direitos trabalhistas, destruição dos sindicatos e serviços públicos. Desta forma, esses são os candidatos que possuem mais dinheiro tendo então maior capacidade de propaganda e também apoio dos grandes jornais e emissoras de TV. São os que geralmente ganham as eleições, enquanto os que representam os interesses dos trabalhadores não possuem dinheiro para a campanha e são excluídos da TV.
    Além do mais, não se pode esquecer que o país está sob um golpe de estado comandado pelo capital internacional, cujo único objetivo é explorar as riquezas do Brasil destruindo a nação e a classe trabalhadora. Isso significa que as eleições de 2018 são um terreno arenoso, manipuladas pelo golpe. 
    Serão utilizados quaisquer meios jurídicos ou midiáticos para impedir que qualquer candidato que venha a defender os interesses da classe trabalhadora chegue ao poder e atrapalhe o projeto dos grandes empresários internacionais, precisando, então, estar atentos para boicotar candidatos que defendam essa política, bem como organizar mobilizações para lutar contra implementações dessas políticas neoliberais que destroem os direitos e a dignidade dos
trabalhadores.


PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DE LEIGOS E LEIGAS (JULGAR)
    Estamos, como católicos, inseridos no Ano Nacional do Laicato e
temos no Brasil o andamento das eleições gerais. Esse momento nos chama, como leigos, a participar no campo político com inserção nas comunidades de todo país. A CNBB em sintonia com o episcopado latinoamericano e caribenho, aprovou, em assembleia geral no ano passado o Documento 105 com o tema: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”. Esse documento traz orientações práticas para o assunto.
  1.  Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, n. 263 O docu­mento 105 da CNBB recorda: “no mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na cons­trução da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formação, espiritualidade e acompanhamento" (n. 263). Para a realização desses princípios, a CNBB propõe uma série de 6 (seis) iniciativas que precisam ser tomadas pela comunidades. ­ Estimular a participação dos leigos na política: “Há necessidadede romper o preconceito comum de que a política é coisa suja, e  conscientizar os leigos e leigas de que ela é essencial para a trans­formação da sociedade”;
  2. ­ “Impulsionar os cristãos a construírem mecanismos de participa­ção popular que contribuam com a democratização do Estado e com o fortalecimento do controle social e da gestão participativa”;
  3. “Incentivar e preparar os cristãos leigos e leigas a participarem dos partidos políticos e serem candidatos para o executivo e legislativo, contribuindo, deste modo, para a transformação social”;
  4. “Mostrar aos membros das nossas comunidades e à população em geral, que há várias maneiras de tomar parte na política: nos Conselhos Paritários de Políticas Públicas, nos movimentos sociais, nos conselhos de escola, na coleta de assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular...”
  5. “Incentivar e animar a constituição de Cursos e/ou Escolas da Fé e Política ou Fé e Cidadania, ou com outras denominações, nas Dioceses e Regionais”;
  6. Acompanhar os cristãos que estão com mandatos políticos (executivo e legislativo), no judiciário e no ministério público e os que participam de Conselhos Paritários de Políticas Públicas, a fim de que vivam também aí a missão profética, promovendo reuniões, encontros, momentos de oração e reflexão e retiros”
    Papa Francisco, na mensagem em vídeo enviada aos cristãos envolvidos na política que se reuniram em dezembro (2017) na Colômbia, o Papa recorda uma citação muito conhecida dos seus predecessores, que se referiam à política como uma “alta forma de caridade”, ou seja, um serviço inestimável de dedicação ao bem comum da sociedade.

NÃO CAIA NA ARMADILHA (AGIR)
    Participe das eleições sim, mas não aposte todas as suas fichas nela, pois poderá ser frustrante.
    Participar da política não é votar a cada quatro anos. Ocupe todos os espaços políticos possíveis, seja na escola, no seu bairro, no sindicato, em conselhos municipais, movimentos sociais, na igreja, em grupos de fé e política, nas pastorais sociais, etc. Organize­-se no seu bairro, no trabalho e em comitês contra o golpe. Mobilize-­se, saia às ruas, somente a luta poderá derrotar os poderosos comandantes do golpe contra os trabalhadores, é neces­sário garantir e conquistar direitos, construindo uma sociedade justa e solidária.

ATIVIDADES DA PO
• Participação no Grito dos Excluídos em 7 de setembro de 2018 em Piracicaba;
• Visitas às famílias do Bosques e Frederico com intuito de formação de grupos de economia solidária para geração de emprego e renda. 




Participe da Pastoral Operaria. As reuniões são abertas, venha nos visitar.
Próximas reuniões: 15 de setembro e 20 de outubro de 2018, das 15 as 18h.
Local: Paróquia Sagrada Família.
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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

GRITO DOS EXCLUÍDOS 2018

GRITO DOS EXCLUÍDOS - 7 de Setembro.
Concentração às 7:30 horas na Praça da Catedral; Ato do Grito às 8:00 horas.
Desigualdade gera violência.
Basta de privilégios!



sábado, 4 de agosto de 2018

O PENSAR nº002

“Quando o capitalismo faz da busca do lucro o seu único propósito, corre o risco de se tornar uma estrutura idolátrica, uma forma de culto. A ‘deusa fortuna’ é cada vez mais a nova divindade de uma certa finança e de todo aquele sistema do jogo que está destruindo milhões de famílias
do mundo”. (Papa Francisco)


A SERVIÇO DO CAPITAL, O DESGOVERNO BRASILEIRO LEVA O PAÍS AO CAOS
Desde que tomaram o poder com o falso discurso de combate a corrupção, o PSDB/MDB, representados pela figura de Temer mostra­ram os resultados de apenas dois anos de governo. Antes de tomar o poder eles não esconderam que o projeto previa privatizações (ven­das) das empresas públicas brasileiras e retiradas dos direitos dos trabalhadores como já fizeram com a apro­vação da reforma trabalhis­ta (tirando a importância da CLT) e planejando o fim das aposentadorias. Tudo para beneficiar grandes empre­sas internacionais.

Tal projeto está sendo imposto na Petrobras onde mudou­-se a política de preços da empresa. Os preços dos combustíveis passaram a ser determinados de acordo com o dólar e o mercado internacional, além do fato de se aumentar exportação do petróleo bruto a um preço baixo, diminuir a quantidade de refino feito pela empresa e importar os combustíveis pagando um preço alto. Esta política está destruindo a Petrobras e levou o nosso país ao caos. Não a toa os caminhoneiros entraram em greve. Pois os combustíveis, o gás de cozinha, por
exemplo sobem a todo o momento.

Isso o é apenas uma amostra. O que será de nós trabalhadores se venderem totalmente a energia? A água? Tudo isso para que? Para beneficiar apenas as grandes corporações, ou seja, as multinacionais, que querem a todo custo explorar nossos recursos naturais. O que es­ tá acontecendo no Brasil é exatamente a fala do Papa que está acima, é o capitalismo internacional buscando apenas o lucro no nosso país através da nossa exploração. Apenas a união e a luta contra essas políticas poderão impedir a destruição do nosso país e das condições de vida dos trabalhadores.


ESCOLA SEM PARTIDO
O movimento “Escola sem Partido” começou a surgir em 2004, em diversos municípios, e a principio não gerou muitas preocupações, porque parecia muito absurdo. Na Câmara dos Deputados, ele começou a ganhar corpo com a apresentação de projetos que alteram a Lei de Diretrizes Básicas da Educação e acrescenta como base do ensino o “respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, considerando que os valores de ordem familiar prevaleçam sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa”.

De acordo com o site Escola sem Partido, o movimento tem o objetivo de “lutar pela descontaminação política e ideológica das escolas”. Para os defensores desse projeto, é fundamental que se construa a noção de que o professor não é um educador, separando assim o ato de ensinar (passar informações) e educar. O professor deveria estar ali apenas para passar informações sem crítica, somente como um ato mecânico.

Judiciário – O Supremo Tribunal Federal, apreciou um projeto da Escola sem Partido do Estado de Alagoas e suspendeu sua aplicação, reforçando que “no sistema jurídico ­constitucional brasileiro, compete à comunidade escolar definir democraticamente os conteúdos pedagógicos, resolver os conflitos naturais da vida escolar e da condição humana”

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, repudia o movimento escola sem partido. Considera as propostas do movimento absurdas do ponto de vista educativo, inconstitucionais, e uma forma de censurar os professores em suas ideias. A educação deve promover a liberdade de ideias livres de opressões.

(Referência: Revista Caros Amigos)


ATIVIDADES DA PO PIRACICABA
• Missa do Trabalhador
No dia 1o de maio deste ano a Pastoral Operária realizou na Paróquia Sagrada Família, na Missa do Trabalhador, uma homenagem em memória aos trabalhadores mortos em virtude da queda do edifício “Comurba” (1964), como também pela morte dos trabalhadores com a queda da ponte do Anel viário de Piracicaba (2013). Ao final da missa foi feito um mural com os nomes dos trabalhadores e com imagens das tragédias.

Essa atividade teve o intuito de denunciar os acidentes de trabalho, a impunidade dos casos e que a culpa não é da vítima, como nos querem fazer acreditar.

• Exposição “Os Caminhos de Dom Paulo”
A Exposição sobre Dom Evaristo Arns teve início, em Piracicaba, na Semana da Jornada Universitária pela Reforma Agrária (JURA) na ESALQ, em abril deste ano. As fotos são de autoria do fotógrafo Douglas Mansur, o qual também estava presente na abertura.

O objetivo da exposição é homenagear o Cardeal. As fotos foram feitas entre 1980 e 2016 e retratam momentos importantes sob a ótica humana e progressista do chamado “cardeal dos pobres”.

A Pastoral Operária está organizando o calendário de exposição, estando aberta para paróquias e demais instituições interessadas em sediar a exposição,bastando entrar em contato por meio dos endereços localizados no final deste boletim.

Participe da Pastoral Operaria. As reuniões são abertas, venha nos visitar.
 

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segunda-feira, 23 de julho de 2018

ACIDENTE DE TRABALHO FATAL NA EMPRESA OBER EM NOVA ODESSA

Imagem: Jornal de Nova Odessa

   PASTORAL OPERÁRIA do Estado de São Paulo


E-mail: poestadualsp@gmail.com
Facebook: Grupo de Acidentes de Trabalho da Pastoral Operária
https://www.facebook.com/groups/1939224302974956/.

No dia 14 de Julho de 2018, sábado pela manhã o Sr. José Raimundo Ferreira, 58 anos, morreu em um acidente no trabalho na empresa Ober S/a Industria E Comercio, localizada na Avenida Industrial Oscár Bergren, Nova Odessa, próximo a Campinas no interior do estado de São Paulo.


O Sr. José Raimundo, que tinha a função de Ajudante Geral, estava efetuando atividades de limpeza em uma prensa do tipo “Rosca Alimentadora” quando a máquina se movimentou vindo a atingir a cabeça dele decepando-a. A violência do acidente causou uma comoção muito grande em todos nós da Pastoral Operária que tomamos conhecimento do fato. Neste momento, em primeiro lugar a PO se solidariza com todos envolvidos e pede a Deus que conforte os familiares e amigos do Sr. José Raimundo, pela trágica perda. É difícil imaginar o impacto que esta tragédia irá provocar na vida dessas pessoas.


De acordo com as primeiras notícias (1), o representante da empresa onde o Sr. José trabalhava, um advogado de 59 anos, compareceu a delegacia informando que a vítima estava em seu turno de trabalho, no setor de reciclagem, durante o processo de limpeza de uma das máquinas, quando foi atingido. O caso foi registrado e é investigado na
delegacia de Nova Odessa, que solicitou perícia ao local e exame necroscópico à vítima.


A Ober foi procurada para comentar o acidente, mas não quis se pronunciar. Uma nova publicação (2) informava que o Corpo de Bombeiros foi chamado as 8:45 mas que quando chegaram ao local o funcionário já estava morto. A reportagem relatava ainda que o caso foi registrado na delegacia da cidade de Nova Odessa e que foi considerado como homicídio culposo.


A última publicação (3), até agora, relatava que a polícia estava apurando para ver se a falha foi mecânica ou humana, que o equipamento não estava travado e que uma funcionária teria acionado o equipamento porque não viu que o funcionário estava dentro.


Como se não bastasse a violência desta tragédia, a empresa ainda coloca a culpa na funcionária pelo ocorrido o que é uma MENTIRA, pois a culpa é da EMPRESA que não cumpriu a lei que OBRIGA os empregadores a aplicar a Norma Regulamentadora número 12 (NR 12) e seus anexos, que normatiza como TODAS as máquinas devem ser protegidas para evitar este tipo de acidente. O que acionou a máquina, poderia ter sido um rato, um pombo ou QUALQUER um que mexesse no botão e isto é PROIBIDO pela NR12. Ao acusar o ser humano de ter errado a empresa admite não ter cumprido a lei. 


A Pastoral Operária está permanentemente em alerta contra a estratégia que os maus empregadores utilizam para culpar a vítima pelo acidente no trabalho com o objetivo de tentar esconder a realidade dos fatos - que é a sua obrigação de cumprir a lei - e assim preservar a segurança e saúde no trabalho que é de sua responsabilidade. Este caso da OBER é mais um, entre tantos que temos visto.

Ao considerar essas mortes como homicídio “culposo”, que é quando não se tem intenção de matar, a empresa tenta justificar a morte como sendo uma falta de cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia, ou seja, que o crime ocorreu por falta atenção, o que é um ABSURDO. Este crime, como TODOS os que ocorrem no ambiente de trabalho deveria ter sido considerado como homicídio DOLOSO, que é quando se tem a intenção de matar. Assim como os crimes no trânsito, por exemplo nos casos de acidentes envolvendo motorista embriagado. Quando a empresa não cumpre sua obrigação que é a de cumprir a lei ela deve também assumir a sua CULPA pelo crime. O que aconteceu foi um assassinato, uma morte matada, porque poderia ter sido evitada.


Diante desses fatos a Pastoral Operária vem pedir a ajuda dos colegas de trabalho do Sr. José para entrem em contato conosco para nos ajudar na identificação das pessoas envolvidas e assim podermos agir juntos para identificarmos as causas reais desta morte e assim comprovar de quem REALMENTE é a culpa, que é da EMPRESA, disto não temos dúvida. A FUNCIONÁRIA É INOCENTE! A CULPA É DA OBER!


A Pastoral Operária entrará em contato com todas as instituições que devem agir nestes casos (Sindicato, Cerest, Polícia, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, etc.) para auxiliar nesta ação. Esta tragédia não ficará impune. A PO, através desse manifesto, torna público o seu compromisso para acompanhar esse caso até as últimas consequências. A Campanha da Fraternidade nos remete no caminho da Paz e somente poderemos ter Paz onde houver Justiça. Essa luta não é uma questão de ideologia e sim de misericórdia. Que Deus nos ajude a combater esse bom combate.

Nova Odessa, 17 de Julho de 2018.

Gilmar Ortiz de Souza
Pastoral Operária
(11) 97463-3174 (Whats-app)

(1) <https://www.acidadeon.com/campinas/cotidiano/regiao/NOT,0,0,1348123,operari
o+morre+em+acidente+com+maquina+de+reciclagem.aspx;
(2) <https://liberal.com.br/cidades/nova-odessa/homem-morre-em-acidente-em-
maquina-na-ober-838277/>
(3) <https://liberal.com.br/cidades/nova-odessa/policia-apura-se-houve-falha-
mecanica-ou-humana-em-morte-na-ober-838822/>

domingo, 15 de julho de 2018

O GOLPE DE 2016 E O FUTURO DA DEMOCRACIA E DO AMBIENTE NO BRASIL

Disciplina ESALQ/CENA
O GOLPE DE 2016 E O FUTURO DA DEMOCRACIA E DO AMBIENTE NO BRASIL
Aberta a todos os interessados como ouvintes, bastando comparecer no local e horário estabelecidos.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

BISPOS MANIFESTAM PREOCUPAÇÃO COM A SOBERANIA DO PAÍS EM VÁRIOS DOCUMENTOS




Imagem: CNBB
A conjuntura de crise vivida pelo Brasil chegou ao ponto de ter como proposta uma trajetória dita apontada para o futuro, mas que retorna uma agenda que se expressa em políticas de privatizações e cortes sociais tem preocupado o episcopado brasileiro.
Na última reunião do Conselho Permanente, entre os dias 19 e 21 de junho, os bispos presentes conversaram sobre a necessidade de defender a soberania dos bens do Brasil. O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, alertou que não se pode perder a soberania sobre os bens que estão ligados à Eletrobras e à Petrobras: água, petróleo, gás e energia elétrica.
Destaque na análise de conjuntura da reunião da última semana, o tema tem sido abordado desde o ano passado. Durante a 52ª Assembleia do Conselho Episcopal Regional Nordeste 2 da CNBB, em setembro de 2017, os bispos de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte posicionaram-se a respeito da privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que é vinculada à Eletrobras, estatal na lista de privatizações pelo Governo Federal. Para os prelados, a ação causará “um grande impacto”, afetando especialmente as populações ribeirinhas, agricultores familiares e ao meio-ambiente. O Conselho Regional convocou toda a sociedade a uma maior reflexão sobre as consequências da privatização da Chesf, “que viria causar danos irreparáveis ao meio ambiente e à sociedade”.
Em outro extremo do país, o regional Sul 3 da CNBB se posicionou por meio de texto assinado por seu presidente, o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, e divulgado em dezembro:
“É preocupante o descrédito da política, o avanço da corrupção e a dilapidação do patrimônio nacional. Assiste-se a entrega das riquezas naturais à exploração desenfreada de empresas multinacionais, que olham para nossos bens naturais apenas com o olhar da ganância e da avareza”.
“O patrimônio natural do Brasil é dos brasileiros”, ressaltou dom Jaime. “Sejamos defensores dos ideais da cidadania, da esperança e da soberania da população sobre o uso adequado do patrimônio do país, para que esteja à serviço do bem comum”, convidou o regional.
Neste ano, em um trecho da mensagem aos trabalhadores e trabalhadoras, no dia 1º de maio, a Presidência da CNBB salientou que a solução para a crise que abate o País não pode provocar a perda de direitos dos trabalhadores e sublinhou a questão da soberania: “Nos projetos políticos e reformas, o bem comum, especialmente dos mais pobres, e a soberania nacional devem estar acima dos interesses particulares, políticos ou econômicos”.

*Artigo extraído de www.cnbb.org.br/agenda-neoliberal-aumenta-preocupacao-dos-bispos-com-soberania-do-pais/, em 26/06/2018

sexta-feira, 1 de junho de 2018

O PENSAR nº 001

Introdução
Este Boletim é uma forma que a Pastoral Operária de Piracicaba está adotando para troca de informações entre as paróquias, seus vigários, trabalhadores e trabalhadoras, com o objetivo de refletir sobre as condições do trabalho e da sua classe.
A Pastoral Operária está retomando seu trabalho, dialogando com a sociedade. Integrada a outros grupos que compartilham dos mesmos ideais de justiça, direitos e por uma sociedade mais solidária, de forma indistinta para todos, nossa pastoral está representada no Comitê para Democracia, em atuação na nossa cidade, e mantêm vínculos com outros seguimentos que comungam com a nossa fé.


As raízes do 1o. de Maio para os trabalhadores
Para entendermos o Primeiro de Maio como data comemorativa do Trabalhador, temos que retroceder ao século XIX (19) e tomarmos como referência a cidade de Chicago no Estados Unidos.
No dia primeiro de maio de 1886, trabalhadores em greve geral reivindicavam melhores condições de trabalho e entre essas reivindicações estava a redução na jornada de trabalho de treze para oito horas. Durante esses acontecimentos uma bomba explodiu e levou à morte um policial. A reação de revide resultou na morte de 38 operários e mais de cem  feridos por ocasião dos confrontos. O Estado então exigiu o fechamento Ele assumirmos o compromisso de lutar e compartilhar com todos o que dos sindicatos. Na sequência foram presos e torturados os líderes grevistas. Sob um julgamento judiciário obscuro, foram condenados e cinco desses trabalhadores foram enforcados. 
No ano de 1891, na “Segunda Internacional dos Trabalhadores”, reunidos em Bruxelas, Bélgica, com representantes de 20 países, foi consagrado o dia primeiro de maio como “Dia Internacional dos Trabalhadores”. No Brasil a data do Primeiro de Maio é comemorada desde 1895.  Esse inicio de comemoração intercala entre dois acontecimentos: a assinatura da Lei Áurea, 13 de maio de 1888 e a Proclamação da República do Brasil em 1898. O reconhecimento do Primeiro de Maio somente teve sua adoção como feriado nacional no ano de 1925 como nome de “Dia do Trabalho”. Em todos os períodos, as comemorações serviram de espaços para reivindicações de melhorias nas condições dos trabalhadores e organizações em torno deles. Embora tenhamos avanços a comemorar, porém houve retrocessos que começaram em 2017 e que trarão consequências maiores se não entendermos como perda de direitos já conquistados. Face o isso, o momento atual é de união entre todos os seguimentos para o fortalecimento da luta e retomada desses direitos. Cada espaço que atuamos, como estudante, trabalhador, nas missas, grupos de trabalhos de evangelização e outros, de acordo com nossa fé e cidadania, deve ser instância para o diálogo sobre nossos direitos. Se cremos em Deus, devemos ter a consciência dos nossos direitos, e por Ele assumirmos o compromisso de lutar e compartilhar com todos o que conquistamos. 

EDUCAÇÃO PÚBLICA EM PERIGO! 
É PRECISO REAGIR ÀS MUDANÇAS APÓS 2016 


As mudanças no Brasil apos 2016 tem imposto prejuízos irreparáveis à sociedade, à classe trabalhadora e também à educação pública e aos seus profissionais. Diante disso é necessária e urgente a união dos trabalhadores e trabalhadoras para investir esforços na retomada do estado democrático de direito do País e reverter as mudanças já consumados pelo atual governo federal e com amplo aval do Congresso Nacional em acordos com o poder econômico. 
A seguir, elencamos algumas dessas medidas, nas quais promovem as os ataques às escolas públicas, seus profissionais e à sociedade:
Emenda Constitucional nº 95: Promove o maior ajuste fiscal da história brasileira, impondo congelamento das despesas sociais por 20 anos e a suspensão das receitas constitucionais vinculadas à educação e à saúde também por 20 anos.
Lei 13.415: Reforma do Ensino Médio: restringe a base do conhecimento e estimula a privatização do ensino médio, promove o apartheid socioeducativa com escolas diferenciadas para ricos e pobres.
Lei 13.467: Reforma Trabalhista: o mais grave e perverso ataque do capital contra os trabalhadores e trabalhadoras na história republicana do Brasil,
afetará muito os profissionais da educação das redes públicas, estimulando a terceirização, o trabalho intermitente e o fim do vínculo empregatício e suas garantias legais. 
Enfim, estes são somente alguns dos tantos outros ataques promovidos pelo atual governo à sociedade, portanto precisamos da união de todos que se sintam atingidos para um trabalho de mudanças e retomadas.






Pastoral Operária
Matriz Sagrada Família ­ Bairro Mário Dedini ­ Rua Jacinto R. Penedo, 160
Vigário: Pe. Marcos Roberto Nogueira dos Santos
E­Mail: pastoraloperaria@gmail.com ­ Facebook: Pastoral Operaria Piracicaba

sexta-feira, 20 de abril de 2018

EXPOSIÇÃO OS CAMINHOS DE DOM PAULO

Abertura da exposição de fotos de Dom Paulo Evaristo Arns ocorrida na segunda-feira, 16/4, às 17h, no antigo restaurante da Esalq, fez parte da programação da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA).










































O PENSAR Nº15

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO? (VER) Gostaríamos aqui de falar sobre as glórias alcançadas em 2019, mas infelizmente isso não ...