A Pastoral Operária em Piracicaba ressurge em virtude do contexto atual de retirada de direitos. Aliando a fé e cidadania, luta com e pelo trabalhador.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

O PENSAR Nº007


POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL (VER)


Fraternidade e Políticas Públicas é o tema da Campanha da Fraternidade para este ano de 2019, um tema extremamente importante. Mas afinal, o que são políticas públicas? Seja um trânsito congestionado, a escola com falta de professor, o posto de saúde sem remédios, entre outros, estamos falando de políticas públicas. As políticas públicas são ações adotadas sejam pelo poder executivo, legislativo, sociedade para solucionar um problema público.
     Diversas ações podem ser adotadas como políticas públicas. A exemplo, é possível citar medidas afirmativas para minimizar desigualdades (de gênero, étnicas, religiosa, etc.) permitindo melhor acesso a oportunidades, podem ser obras, taxas, leis e demais medidas que visem solucionar problemas.
     Diante de tantas medidas possíveis por que o Brasil ainda enfrenta tanto problemas? As principais ações públicas vem da própria verba pública arrecadada através dos impostos. Quando se tem um Estado em um modelo capitalista sua função principal torna-se a atender primeiramente os interesses do mercado financeiro, principalmente os bancos, além das multinacionais.
     A ação de organizações internacionais tal como o FMI (Fundo Monetário Internacional), ao emprestar dinheiro aos países pobres, visam garantir o lucro deste mercado explorando ainda mais esses países. Resultado de uma política de empréstimos, hoje o Brasil ainda destina grande parte dos seus recursos para a dívida pública. Como exemplo, no orçamento de 2018 cerca de 51% do orçamento da União correspondeu aos juros e amortização dos juros da dívida pública.
     Não a toa o Brasil carece tanto de políticas públicas: seja na educação sucateada, no transporte coletivo superlotado ou na miséria e na fome da própria população… O que anda valendo de verdade é o detrimento das políticas para a população para garantir o privilégio de alguns.

 

FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS (JULGAR)


     Ao abordar Políticas Públicas é bom reforçar aquilo que já foi dito pelo Papa Paulo VI, atualizado pelo Papa Francisco e que está bem expresso na Doutrina Social da Igreja: “a política é a melhor forma de fazer caridade”. Pois é somente através da política que se universalizam os bens, os serviços e que se promove a equidade. Por isso, das nossas decisões políticas depende o futuro de milhões de pessoas que terão acesso ou não à condições dignas de vida.
     As Políticas Públicas são um direito da cidadania e servem para garantir os direitos fundamentais à saúde, educação, moradia, trabalho, cultura, lazer, acesso às tecnologias, preservação do meio ambiente, entre outros. E falar de Políticas Públicas é justamente falar de uma forma de ação do Estado, desde a elaboração, execução, participação popular até a avaliação, num percurso que dificulta a corrupção e a politicagem, além de permitir que se chegue a resultados concretos e que mudam a vida das pessoas.
     Com o lema “serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), a Campanha da Fraternidade 2019 visa aprofundar o que são as Políticas Públicas enquanto garantidoras de direitos. São muitos os problemas e desafios da sociedade atual. É preciso olhar sobretudo para a realidade das pessoas que mais sofrem as consequências de um sistema que impede a vida com dignidade. Muitos ainda enfrentam problemas dos direitos básicos, como saneamento, habitação, alimento, saúde, emprego e educação.

IHS/Portal Kairós


ATRAVÉS DA LUTA PROTEGEMOS E CONQUISTAMOS AS POLÍTICAS PÚBLICAS (AGIR)

 

     Estamos diante de uma grave crise onde ao políticas públicas ao invés de serem construídas estão sendo destruídas. Investimentos em área de saúde, aposentadorias e empregos ameaçados e até mesmo a volta de métodos cruéis para tratamentos psiquiátricos.
     É difícil saber para onde correr em uma situação dessas, mas jamais devemos parar. Ao contrário, conforme a própria Campanha da Fraternidade incentiva, ocupar todos os espaços políticos possíveis, de todos aqueles de que várias vezes já ouvimos falar, como: conselhos (municipais, estaduais e federais) participar de conferências em que se discutam políticas públicas, fazer parte de sindicatos, de movimentos sociais, entre outros.
     Porém, diante do contexto de ameaças, as chances de perdermos direitos ao invés de somarmos são muito maiores. Faz-se necessária e urgente a mobilização de todos os setores populares, de se participar ativamente na construção da luta para pressionar os governos e o judiciário para impedir esse massacre planejado de retirada total de direitos do povo trabalhador brasileiro.
     Lutar por políticas públicas é um ato de fraternidade, do olhar social para a construção de uma sociedade justa e para a construção do Reino de Deus. 

Errata: na versão impressa de janeiro de 2019, no artigo "O QUE A CLASSE TRABALHADORA DEVE ESPERAR DE 2019?" foi mencionada a quantidade de 23 ministérios no governo Dilma, quando o correto era 39, com redução para 31 em 2015 e novamente uma redução para 26 no período de transição (Temer).

O PENSAR Nº15

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