20
DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Alguma
vez você já se perguntou o porquê de existir uma data em homenagem
e reflexão a comunidade negra? Alguma vez você já ouviu alguém se
perguntar o porquê de existir a expressão 100% negro e não se
falar 100% branco?
Primeiramente
temos que relembrar uma questão histórica. Os negros vieram ao
Brasil não por livre e espontânea vontade, mas sim retirados
violentamente de suas terras na África para serem escravizados aqui.
Foram tratados em condições subumanas além de torturados e muitas
vezes assassinados, como se fossem objetos. A escravidão foi um dos
maiores crimes da humanidade.
Em
segundo lugar é preciso falar sobre o fim da escravidão no Brasil
que vergonhosamente foi tardio. Ao invés de inserir os ex-escravos
no trabalho, a elite brasileira representada pelos governantes
decidiu embranquecer a população trazendo imigrantes europeus para
ocuparem as atividades antes realizadas pelos escravos.
O
que essas questões históricas têm a ver com tudo isso? Antes da
resposta são necessários alguns questionamentos. Quantos médicos
negros você conhece? Professores? Engenheiros? Agora compare:
quantas faxineiras negras e pedreiros, como exemplos, você conhece?
Os últimos questionamentos respondem o primeiro. O crime histórico
da escravidão reflete nas condições atuais da população negra
como a questão dos baixos salários, do subemprego, do racismo, a
falta de moradia da violência, sendo a favela local onde se
concentra a maioria da população negra e parda. Também não se
pode deixar de mencionar o massacre da juventude Negra nas
periferias, crimes bárbaros que são tidos como normais.
DESIGUALDADE
ENTRE POPULAÇÃO NEGRA E POPULAÇÃO BRANCA (JULGAR)
Segundo D. Zanoni, citando o papa João Paulo II, há mais de trinta
anos, os ricos estão cada vez mais ricos à custa dos pobres e os
pobres cada vez mais pobres. “E essa realidade só se agravou. Tem
crescido por demais a desigualdade. E a nossa preocupação é quando
se prioriza políticas de endeusamento do lucro e se esquece das
pessoas. E à Igreja – creio que é sua missão – cabe aliar-se e
se comprometer com toda a luta que resgate a vida das pessoas, que
restaure vidas, que gere ações afirmativas. Creio que esse é o
caminho, justamente com o povo negro, com a juventude negra, com esse
povo que passou 300 anos de escravidão, esse crime de lesa
humanidade. É aquilo que o Papa Francisco tem insistido: “Precisamos
pensar uma nova economia, uma nova ordem mundial de solidariedade e
paz”, ressaltou.
A
população negra também sofre, hoje também, com a intolerância
religiosa. “Nós, de fato, observamos uma demonização das coisas
do negro. Da religião do negro. Por que só a cultura dos nórdicos,
a cultura europeia, é tida como boa? Um franciscano que foi meu
professor, Hugo Fragoso, perguntava por que na liturgia se pode tocar
os órgãos que se tocavam nos cabarés europeus, e não pode tocar
os atabaques? Hoje, nós percebemos essa intolerância, esse racismo,
essa visão distorcida da fé e do cristianismo. A compreensão da
evangelização passa necessariamente pelo encontro com outro, pela
valorização da pessoa humana. Não há referência outra que não
seja Jesus. Ele não teve preconceito para com o estrangeiro,
sentou-se com a samaritana, passou a vida fazendo o bem, amou sem
condição. Então, essa intolerância é a negação da fé cristã
e do cristianismo”, lamentou. “Assumir a concretude da vida do
nosso povo, a realidade sofrida da nossa gente, é o grande desafio
da ação evangelizadora da Igreja neste mundo pluralista e
secularizado”, completou.
UNIÃO
(AGIR)
União,
essa é a palavra chave. Não à toa, 20 de novembro foi a data
escolhida para celebrar o dia da consciência negra. 20 de novembro
foi a data atribuída a um Zumbi dos Palmares grande liderança pela
luta da libertação dos escravos.
As
injustiças continuam. O povo negro deve se unir e lutar por suas
causas, não devendo jamais estar à margem da luta dos
trabalhadores.
A
exemplo, a Igreja Católica possui a Pastoral afro-brasileira a qual
busca integrar e articular a comunidade Negra na construção de uma
sociedade mais justa, sem discriminação e com fé em Cristo.
Xadrez Preto e Branco
Dia especial pra consciência?
Trata-se de prepotência?
Quem tem essa carência?
Supremacia branca na essência?
Na negritude há incongruência?
Dia especial pra consciência?
Trata-se de prepotência?
Quem tem essa carência?
Supremacia branca na essência?
Na negritude há incongruência?
Afinal, quem discrimina?
Eu, você, Nós? Claro que não!
Mas... e naquele emprego?
É selecionado o negro?
Os 80 tiros a um alvo disparado
Foi o músico Evaldo, fenestrado
Sumiu Amarildo, não encontrado
Mais um preto acossado
O brilho da menina Agatha
Pelo Estado foi apagado
Criança nem Jovem é poupado
Em seu peito tem alvo
desenhado
Governador, instinto faccionado
Fuzil na mão, aerotransportado
tiro ao alvo tem praticado,
compatriota na mira, dizimado
Filho de juíza, privilegiado
Com 130kg de droga foi flagrado
Mas esse fica solto,
não é enquadrado
Com 130kg de droga foi flagrado
Mas esse fica solto,
não é enquadrado
Mulher, pobre e negra
A ativista Preta Ferreira
Foi jogada na cela, sem crime
Injustiça costumeira
Há quem seja alvejada
Uma, duas, ‘n‛ vezes
Por tiro de morte morrida
Ou ofensa da boca maldita
Talvez por ter alma invejada
No lugar do respeito, despeito
Em presença carnal ou espectral
Continua sendo indesejada
Suas denúncias, incomodava
Onde a negociata solta rolava
A moça tinha que ser eliminada
Vereadora jamais seria deputada
Seu nome rima com pele
Negra pele, como se atreve
A pistolagem foi premeditada
Por algozes de grosso calibre
Bando blindado, Barra pesada
Que isso não seja ‘normalizado‛
Há carência do Ser indignado
Consciência Negra é necessário
Privilégio branco não é afetado
Convivamos em harmonia
Evolução em sintonia
(Daisy Costa)
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